O Portal de Campo Grande lança mais uma super coluna, desta vez sobre a Cultura do Hip Hop no Brasil.
Esta coluna está sendo escrita pelo DJ TR

Saiba mais sobre o DJ TR:

- Militante do movimento hip-hop há 14 anos
- Coordenador da ATCON (Associação Atitude Consciente)
- Membro da Zulu Nation Brasil
- Palestrante, escritor e colunista
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De La Soul
Novos conceitos em antigos ideais em “The Grind Date”..

Eles começaram sua carreira na cena rap americana em 1989, através do polêmico álbum “3 Feet Hight And Rising”. Ao contrário da linguagem desmedida do gueto e dos trajes compostos pelos “ropes (cordões de ouro em forma de corda)”, tênis de couro e agasalhos traineers, eles trouxeram em sua bagagem algo fora do convencional no costume do jovem afro-americano: roupas e colares que mais lembravam a geração Woodstock, mesclaram-se à proposta sonora de um rap politizado, preocupado com questões afirmativas, mas com visões mais inclusivistas – como pode ser percebido no clássico de “Me, Miself And I”. Talvez o fato de serem oriundos de Amityville (Long Island), situada totalmente fora dos “projets”, fez com que não houvesse uma fidelidade ao que já era previsível. Caro internauta, eu lhe apresento De La Soul!

Em seu sétimo e mais recente álbum, “The Grind Date”, o grupo faz uma reviravolta em suas atitudes regidos pelas influências do funk e do soul, concentrando-se em temas mais abrangentes à natureza humana: consumismo, amor e a conscientização das gerações mais modernas são algumas das preocupações do trio.

Samples de "Genius of Love", da banda de funk “Tom Tom Club”, sob a faixa “Shoomp”, contendo a participação do raggaman “Sean Paul”, descreve exatamente a nova maneira de ser do De La Soul, que também desfruta de sua mais nova casa: a “Sanctuary Records”, deixando a lendária “Tommy Boy”.

Outra boa faixa, e que com certeza vai dar o que falar é "Shopping Bags" – produzida pelo renomado “Madlib” –, que narra sobre as “patricinhas”, mais preocupas com os valiosos presentes que o namorado pode dar, do que a sua relação sentimental primordialmente.

Inovador ao que não era de se esperar do grupo, The Grind Date conta ainda com a participação inusitada de “Flava Flav”, um dos rappers do Public Enemy, que se mostra entusiasmado com esta nova experimentação, que vem a substituir seus dois últimos trabalhos "Art Official Intelligence", uma espécie de trilogia lançada ao fim de 2001, cuja aceitação popular não fora tão interessante.

É ouvir e apreciar, ainda mais se você está farto do que a indústria audaciosamente chama de “hip-hop”! De La Soul eu aprovo!


TR.

Saiba mais:

www.sanctuaryrecords.de/delasoul/


TR             
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