Eles começaram sua carreira na cena rap americana em 1989,
através do polêmico álbum “3 Feet Hight
And Rising”. Ao contrário da linguagem desmedida do
gueto e dos trajes compostos pelos “ropes (cordões
de ouro em forma de corda)”, tênis de couro e agasalhos
traineers, eles trouxeram em sua bagagem algo fora do convencional
no costume do jovem afro-americano: roupas e colares que mais lembravam
a geração Woodstock, mesclaram-se à proposta
sonora de um rap politizado, preocupado com questões afirmativas,
mas com visões mais inclusivistas – como pode ser percebido
no clássico de “Me, Miself And I”. Talvez o fato
de serem oriundos de Amityville (Long Island), situada totalmente
fora dos “projets”, fez com que não houvesse
uma fidelidade ao que já era previsível. Caro internauta,
eu lhe apresento De La Soul!
Em seu sétimo e mais recente álbum, “The Grind
Date”, o grupo faz uma reviravolta em suas atitudes regidos
pelas influências do funk e do soul, concentrando-se em
temas mais abrangentes à natureza humana: consumismo, amor
e a conscientização das gerações mais
modernas são algumas das preocupações do
trio.
Samples de "Genius of Love", da banda de funk “Tom
Tom Club”, sob a faixa “Shoomp”, contendo a
participação do raggaman “Sean Paul”,
descreve exatamente a nova maneira de ser do De La Soul, que também
desfruta de sua mais nova casa: a “Sanctuary Records”,
deixando a lendária “Tommy Boy”.
Outra boa faixa, e que com certeza vai dar o que falar é
"Shopping Bags" – produzida pelo renomado “Madlib”
–, que narra sobre as “patricinhas”, mais preocupas
com os valiosos presentes que o namorado pode dar, do que a sua
relação sentimental primordialmente.
Inovador ao que não era de se esperar do grupo, The Grind
Date conta ainda com a participação inusitada de
“Flava Flav”, um dos rappers do Public Enemy, que
se mostra entusiasmado com esta nova experimentação,
que vem a substituir seus dois últimos trabalhos "Art
Official Intelligence", uma espécie de trilogia lançada
ao fim de 2001, cuja aceitação popular não
fora tão interessante.
É
ouvir e apreciar, ainda mais se você está farto do
que a indústria audaciosamente chama de “hip-hop”!
De La Soul eu aprovo!
TR.
Saiba
mais:
www.sanctuaryrecords.de/delasoul/