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A. Âmbito Geográfico

a) Posição - A administração regional de Campo Grande fica situada na região oeste do município do Rio de Janeiro, sobre aproximadamente ¼ do município - 25,24%. A região é quase cercada de montanhas.
b) Área: 286,05 km².
c) Perímetro - 110 km.
d) Altitude - 286 mt.


B. Ambiente Geomórfico

1) A região compreendida pela Administração Regional de Campo Grande, apresenta em sua configuração constituição vária, com predominância no terreno quaternário concentrado na baixada de Guaratiba, no vale de Campo Grande, no Campinho e no Mendanha. O lenticular é observado em parte, na serra geral, de Guaratiba e no morro de Carapiá. As ocorrências em granitos são encontradas no morro de Guaratiba, vários pontos da serra de Guaratiba, nos morros de viegas e do lameirão, na serra do Mendanha, no vale do Mendanha, no
Morro do Cabuçu, na Serra da Capoeira Grande e pequenas concentrações na Serra de Inhoaíba. No maciço da Pedra Branca predominam granitos nos plutônicos, do ordoviciano (Pós Cambriano), que aparecem em todo a sua parte central e sul, a leste e nordeste, gnaides de idade não de quanto ao saibro, existem várias ocorrências em Campo Grande. A areia quartzosa ocorre na Pedra de Guaratiba, ao passo que a argila em Campo Grande. Falar de arqueologia em Campo Grande é até certo ponto, falar da arqueologia do município do Rio de Janeiro. Isso porque a crônica da pesquisa no município liga-se desde o inicio, ao desenvolvimento desta mesma pesquisa em Campo Grande. Quando, no século passado, o Barão de Capanema (1786:81. 9) afirmou dos antigos sambaquis do Rio de Janeiro já nada mais restava, consumidos que foram pelas caieiras, estendendo o termo "sambaqui" a todo e qualquer sitio arqueológico. Somente ao iniciar este século, é que o assunto foi revivido por Backeuser ao mencionar a existência de um sambaqui do Piração, considerando-o, então, como prova do "recuo eustático do mar" (backeuser - conferencia a 10 de outubro de 1918, na escola politécnica). Embora esse autor confunda tipologicamente o sitio arqueológico com terraço marinho de Campo do Engenho de Fora, pode-se aí ver o renascimento da pesquisa em terras cariocas: Roquete Pinto (1923-397-9) encarregou-se de estudar os restos humanos encontrados no Backeuser naquele sitio. Os concheiros da região foram considerados por sylvio fróes de Abreu como um dos recursos naturais do antigo Distrito Federal. Ainda da região de Guaratiba conhecemos o trabalho de bigarella (1952:7-195) que se refere aos depósitos conchiferos do lugar. Ocorre realmente uma considerável ampliação da nossa idéia, sobre a potencialidade arqueológica da região com os trabalhos do Dr. Sales Cunha (1963) que ali realizou inúmeros sítios arqueológicos, considerados, ainda, genericamente por ele como sambaquis. Campo Grande mantém a primazia em números de sítios conhecidos. Temos que considerar também na região de Campo Grande a sua vizinhança, inclusive a praia de Sernambetiba, onde encontramos pelo menos, um sítio arqueológico (Gurrupira -G-5). Existem possibilidades de existência de sítios nos extensos campos de Santa Cruz, havendo mesmo uma planificação do levantamento arqueológico da região, pelo Instituto de Arqueologia Brasileira. Embora anteriormente houvesse confusão na nomenclatura arqueológica, desde a sua padronização, já não se justifica denominarmos todos os sítios de Campo Grande, como sambaquis. Sambaqui (vide Chis de 1964) é sítio arqueológico onde ocorre o predomínio de material malacologico (isto é: conchas, mariscos, caramujos, etc.) Pelas mesmas pesquisas conhecemos ali, um verdadeiro sambaqui, o GB-9 de Araçatuba, parcialmente destruídos, na margem esquerda do Rio São João. Os demais sítios que conhecemos na região, ocorre material conchífero, este é em escala sempre inferior àquela dos demais restos. Os sítios são normalmente de acampamento quando as camadas ocupacionais são pouco profundas, como o GB-1 (Telégrafo), GB-2 (Cerâmico), GB-4 (Capãozinho) - (I) - ou habitação com claras evidências de permanência demorada, como o GB-3 (do Gentil). Os sítios mencionados localizam-se na região do "apicum", isto é, na planície inundável que se estende entre a baia de Sepetiba e as montanhas do interior e que, em certo trecho é limitada pela estrada Matriz. Ali, proximidades dos rios Portinho, Piracão e vala de Rumo, nos pequenos tesos naturais que se espalham como ilhas cobertas de vegetação típica, localizam-se os sítios arqueológicos. A pesquisa sistemática da região, obedecendo a um programa geral de trabalho, objetivando determinados fins, iniciou-se ali, em 1964/1965. Mais ou menos paralelamente duas equipes trabalharam na região, uma do Museu Nacional, escavou o sítio do Telégrafo (GB-1), outra do Programa Nacional de Pesquisa Arqueológica, obedecendo ao seu método trabalho, efetuou a prospecção em quatro sítios locais (GB-1, GB-2, GB-3, GB-4) abrindo oito cortes estratográficos e coletando aproximadamente 3.000 cacos cerâmicos. Das pesquisas efetuadas na região, durante o ano do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológica, 1965/1966, resultou a determinação da Fase Guaratiba com cerâmica Tupiguarani. Além da Fase Guaratiba, ainda no primeiro ano de pesquisas do Pronapa, foi estabelecidas a Fase Sernambetiba (Tupiguarani) e a Fase Una, esta com sítio exclusivamente no antigo estado do Rio. Foi também estabelecida a Fase Itaipu, pré-cerâmica, com farto material elétrico. A tradição Tupiguarani estabelecida durante o II Seminário do Pronapa, em Belém do Pará (1968) pode ter ou não com grupos Tupi ou Guarani da etno-história. A Fase Guaratiba se enquadra, ainda na sub-tradição corrugada. O material cerâmico é variado, com decoração pintada (engobio branco e suas variantes) e plásticas (sobretudo o corrugado, ungulado, escovado, etc). As forças predominantes são as tigelas de paredes, redondas e os vasos de paredes inclinados para fora. Formas carenadas e cambadas são ainda encontradas. (dias 1967: 21/23). As bocas são redondas ou elíticas correndo em menor escala as retangulares de ângulos mortos. Temos para a fase, duas detações estabelecidas pelo C-14. A primeira delas coloca o nível de ocupação 25/40 do corte estratográfico cinco do sítio de Gentio, no século XII da nossa era e a segunda, mais antiga, coloca o nível base do sítio do Engenho Velho (GB-6 governador) no século X da era cristã (detalhações do Smithsonian Instituition, nº 433 e 434). O material lítico desta fase é relativamente pobre, com algumas palavras usadas como percutores, quebra côcos e poucas lascas sem retoques. Embora conhecendo relativamente bem a arqueologia da região, dado o grande nº de sítios ainda existentes é possível que muito venha ser futuramente revelado, com todas escavações conduzidas. O problema da adaptação da cultura ao meio ambiente, uma das metas da arqueologia atual, é ali particularmente interessante, dado a configuração peculiar da região do apicum, onde subsiste a maioria dos sítios arqueológicos. Muito podemos saber quando a realização dessas pesquisas, que se tornam cada vez mais necessárias e urgentes, pelo avanço da urbanização. A incumbência dada ao Patrimônio Histórico, pela 3924/1961, é de zelar pela incolumidade dos sítios, é uma tarefa extremamente pesada, razão pela qual, se torna tão necessário o conhecimento do valor e da importância dos sítios ainda existentes. Sua preservação para o futuro é algo que se impõe, sendo verdadeiro dever do cidadão de Campo Grande impedir a destruição, internacional ou não, desses insubstituíveis marcos da pré-história brasileira.