O Portal de Campo Grande lança mais uma super coluna, desta vez sobre a Cultura do Hip Hop no Brasil.
Esta coluna está sendo escrita pelo DJ TR

Saiba mais sobre o DJ TR:

- Militante do movimento hip-hop há 14 anos
- Coordenador da ATCON (Associação Atitude Consciente)
- Membro da Zulu Nation Brasil
- Palestrante, escritor e colunista
Música Gospel
Robson Nascimento
Thogun
Dadday Kall
DJ Claysoul
DJ Corello
NelBoy Dastha Burtha
Neurótico + Frenético = Vinimax
Urban D
De La Soul
História do Hip Hop
A história da dança hip hop
DJ (Disc Jóquei)
MC (Mestre de Cerimonias ou Controlador de Microfones)
Graffiti
TR abre a boca
Afinal, o quê é Black Music?
Motirô
 
Soul Black Soul
A memória da black music carioca registrada em imagem...
Durante os anos 60, a América negra fora tomada pelo sentimento libertário alimentado pela luta de líderes como Martin Luther King e Malcolm X e a articulação de movimentos como os Panteras Negras. Tal sentimento transformou-se em uma das manifestações mais significativas, que perdura até os dias de hoje sobre diversas linguagens: o black power, que possuía as características marcantes do cabelo crespo grande e cheio – como sinônimo de afirmação racial ante às influências de beleza branca – e o punho serrado para o alto – simbolizando a unidade afro-americana. Mas não era apenas de discursos e formas diferenciadas de se vestir, pentear e falar que se caracterizava o black power. A música se tornou o veículo de condução mais eficaz deste comportamento, alcançando não só as fronteiras americanas, como também todo o mundo: era conhecida como soul music, tendo à frente gênios como James Brown e Curtis Myfield no seu protagonismo sonoro.

Desta forma, a trilha sonora do movimento black power ecoou por todo o planeta, levando a realidade de uma América segregacionista, e despertando naqueles, de vivência similar, um sentimento mutuo. É baseado neste sentimento que surge no Rio de Janeiro o movimento Black Rio. Utilizando-se das mesmas características afro-americanas, mescladas à linguagem suburbana e a própria ginga carioca, o Black Rio materializou-se ao seu próprio modo, revelando inclusive seus representantes: Tim Maia, Gerson King Combo, Toni Tornado, entre outros dinossauros da soul music carioca, que se tornaram os principais divulgadores desta luta pela afirmação no Estado, influenciando posteriormente outros movimentos de resistência no Brasil.

Focado a estes acontecimentos, o cineasta Marcos Roza, está desenvolvendo o documentário Soul Black Soul...

Imagine a velha escola da black music encontrando-se com escolas mais modernas como o charme (r&b), o funk carioca e o hip-hop...?! A intenção de Marcos, é tecer uma única tela cultural, onde, cronologicamente, se possa entender como se deu o processo de evolução acerca do sentimento de auto-afirmação afro-descente no Rio de Janeiro até os dias de hoje.

Personalidades como Mr. Paulão Black Power, Rômulo Costa, Mr. Funk Santos, DJ Marlboro, Ed Motta e DJ Claysoul, são apenas alguns dos nomes que estarão compondo este riquíssimo material, em depoimentos à respeito de suas dificuldades (desde o regime de repressão militar durante os anos 60); e avanços (como os bailes tradicionais, programas de rádio e TV, sites, revistas, linguagens, formas de vestir, pentear, atividades sociais, etc).

Soul Black Soul tem previsão de lançamento ainda para 2005, e nós do Portal Campo Grande estaremos atentos aos fatos, levando a você, caro leitor, os acontecimentos dos bastidores, e futuramente, uma entrevista exclusiva com seu produtor.


TR.

Saiba mais sobre Marcos Roza:

mrs_pesquisa@ig.com.br

TR             
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