O
Portal de Campo Grande lança mais uma super coluna,
desta vez sobre a Cultura do Hip Hop no Brasil.
Esta coluna está sendo escrita pelo DJ TR
Saiba mais sobre o DJ TR:
- Militante do movimento hip-hop há 14 anos
- Coordenador da ATCON (Associação Atitude Consciente)
- Membro da Zulu Nation Brasil
- Palestrante, escritor e colunista |
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Nelboy
A estratégia das “mixtapes” está
apenas começando... |
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Após
ter trazido à cena underground carioca o eficaz conceito
das mixtapes (muito utilizado entre os rappers e djs nos EUA e Europa
para a divulgação de seus trabalhos, em versões
inéditas e totalmente remixadas), através da série
“Começo Pelo Fim: Rolleta Ruzza Vol. I”,
contendo os remixes de “Excuse Me Miss” (Jay-Z)
e “Magic Stick” (50 Cent);
o rapper angolano “Nelboy Dastha Burta”, juntamente
com seu alterego “Megga Vallentinu”
atacam novamente: visando unicamente a manifestação
do autêntico hip-hop, o rapper leva aos adeptos do movimento
suas criações mais recentes. Trata-se dos sucessos
de “Lean Back”, do rapper “Fat
Joe” (onde Nelboy domina seus versos em inglês
dando a impressão de um rapper afro-americano), e
“Baby is You”, da cantora de soul “Jojo”
(resgatando seu lado ragga em seu idioma original e dando a noção
de uma parceria previsível, porém notável).
Mas toda essa façanha só fora possível graças
à sua associação com o produtor carioca “V.I.S.I.O”
... Isto mesmo, a “Masta Basta/ Mobotrackzs”,
selo de Nelboy encontra-se sob uma parceria de produções
com a “G. Hertz (OSK/ REP)” de “V.I.S.I.O”
prometendo muitas explosões sonoras do seu mais novo centro
de pesquisas!!!
“Masta
Basta” aumenta sua família “Do Lado De Cá”...
Além da sua mais nova sociedade com a “G.
Hertz”, Nelboy, atento aos acontecimentos do universo
das mixtapes, estendeu sua aliança com a dupla de djs cariocas
“Do Lado De Cá”, formada por
“A” (Fala Tu) e “Boneco”
(Six), responsáveis por levar às pistas
o seu mais novo experimento: a junção da instrumental
de “Fiesta”, de “Jay-Z
e R. Kelly”, à versão vocal
de “Saudação às Favelas”
do saudoso “Bezerra da Silva”. Segundo
Boneco – residente da casa – o interessante desse
processo de edição foi fazer o casamento de um hit
black, muito popular nas festas do Rio, com um mito do partido
alto, provando que não apenas os rappers, mas acima de
tudo, os djs, têm a liberdade de colocar sua criatividade
em prática em prol do resgate da cultura musical há
muito perdida. E por falar em cultura musical perdida: atenção
djs! Depois que muitos dos senhores adquiriram o hábito
do manuseio dos CDJs e a dita facilidade de baixar as músicas
na Internet, parece que o ato de pesquisar e lançar novidades;
utilizar o vinil e trabalhar em técnicas de remixagens
e até a elaboração das mixtapes (se é
que todos sabem o que isso quer dizer), se tornou coisa do passado
– aliás, hoje, aqui no Rio, qualquer um que possui
uma pasta de cds e o acesso à Internet e aprendeu a utilizar
os CDJs pode se autodenominar “DJ” (lamentável!).
E este passado parece só acontecer aqui, ao contrário
do resto do mundo... Ah, e se houvesse também o não
preconceito ou a habilidade em remixar sucessos nacionais, o nosso
rap e o nosso r&b seriam com certeza mais utilizados na pista.
Aí, você pode alegar a ausência de composições
por parte dos rappers para as pistas. Pois bem, não são
todos! Perca o preconceito e garimpe mais, pois este é
o trabalho de um autêntico dj.
O hip-hop agradece!
TR.
Saiba
mais:
neboy@zipmail.com.br
osk@gospelbeat.com.br
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