Em 1992, a gravadora “Tommy Boy Records”, juntamente
com a distribuidora “Time Warner”, negaram-se à
distribuição do seu segundo álbum, “Sleeping
With The Enemy (Dormindo Com O Inimigo)”, ao descobrirem
seu conteúdo incendiário: o rapper fantasiava uma
série de assassinatos ao então-presidente “Bush”
e a policiais racistas. Após ter travado uma luta feroz
para a liberação de sua obra, ele fechou contrato
com a recém-anaugurada “Scarface Records”,
que possibilitou a sua distribuição inicial e aclamação
em âmbito nacional.
Ao assinar como artista principal numa transação
de distribuição junto a “Priority Records”
em 1993, que em parceria com a “Scarface Records”
trouxe ao mercado seu terceiro LP, “Guerrilla Funk”,
Paris trouxe a público a participação notável
de “The Conscious Daughters”, uma dupla feminina de
visões políticas semelhantes. Por motivos de divergência
ideológica, em 1995 Paris rompe suas relações
comerciais com a Priority e em 1997 assina uma transação
com a “Whirling Records (distribuição via
Rykodisc)”, para o lançamento do seu 4º LP,
“Unleashed”. Distribuído em números
limitados, o álbum apresentou desmedidamente a linguagem
revolucionária, típica do rapper, contrariando mais
uma vez tudo aquilo que previsivelmente já se esperava
de um protesto politizado. Isto talvez se deva pelo fato de Paris
ser um praticante da denominação negra da religião
islâmica...
Future Nobel Prize Winner?
Depois de ter confrontado agressivamente em versos o ex-presidente
“Bush”, pai do atual presidente norte-americano “George
W. Bush”, com o polêmico sucesso do single “Bush
Killa” (1992), o rapper da Costa Oeste, “Paris”,
retorna desta vez com uma pedrada ainda mais violenta: “Sonic
Jihad”, uma confrontação direta ao reeleito
presidente Geoge Bush e à condição atual
da música rap. Críticas pesadas sobre a guerra ao
Iraque; os absurdos assaltos freqüentes em comunidades negras;
as origens sintéticas do vírus da AIDS; as mentiras
de propaganda das forças armadas; a brutalidade contínua
da polícia, e a controversa administração
Bush em relação a uma orquestração
ao atentado de 11 de setembro de 2001 são alguns dos temas
abordados pelo rapper neste álbum. Um fato bastante interessante
é a caracterização da capa de seu álbum,
onde um jato está prestes a colidir com a Casa Branca...
Sonic Jihad ainda conta com o reforço dos visionários
“Dead Prez, Public Enemy e Kam”, que demonstram ao
lado de Paris toda a atualidade do rap político. Destaque
para faixa (single) “Future Nobel Prize Winner? (Futuro
Vencedor do Prêmio Nobel?)” que questiona as intenções
pacifistas de Bush junto a humanidade...
Portanto, se você julgava conhecer toda ou a maior parte
do elenco de rappers militantes dos EUA, esta é a grande
oportunidade de pesquisar a pessoa de Paris, que, independente
do estilo extremamente incomodador, procura fazer de cada faixa
de seu trabalho, uma obra-prima no sentido de qualidade de arranjo
musical... Certamente seu trabalho deixa qualquer protesto de
Eminem no chinelo.
Eu recomendo!!!
TR.
Saiba mais:
www.guerrillafunk.com